Mariologia é o conjunto de estudos teológicos acerca de Maria, mãe de Jesus Cristo na Igreja Católica, que compreende uma vasta produção bibliográfica que visa a salientar a importância da figura feminina de Maria e a profunda e piedosa crença dos fiéis a ela, com o objetivo de enriquecer o âmbito teológico cristão.
No catolicismo os estudos mariológicos são parte integrante da teologia. Na Encíclica Ecclesia de Eucharistia o Papa João Paulo II preconizou:
"Se quisermos redescobrir em toda a sua riqueza a relação íntima entre a Igreja e a Eucaristia, não podemos esquecer Maria, Mãe e modelo da Igreja. Um exame acurado dos Evangelhos demonstra Maria tendo como único filho Jesus Cristo. Com efeito, Maria pode guiar-nos para o Santíssimo Sacramento porque tem uma profunda ligação com ele."
Mas afinal quem é essa Maria?
Também conhecida como Maria de Nazaré e chamada pelos católicos e ortodoxos de Nossa Senhora, foi a mulher israelita de Nazaré, identificada no Novo Testamento e no Alcorão como a mãe de Jesus através da intervenção divina (Mateus 1:16 ao 25, Lucas 1:26 ao 56, Lucas 2:1 ao 7). Jesus é visto como o messias — o Cristo — em ambas as tradições, dando origem ao nome comum de Jesus Cristo. Maria teria vivido na Galileia no final do século I a.C. e início do século I d.C., é considerada pelos cristãos como a primeira adepta ao cristianismo.
Os evangelhos canônicos de São Mateus e São Lucas descrevem Maria como uma virgem. Tradicionalmente, os cristãos acreditam que ela concebeu seu filho milagrosamente pela ação do Espírito Santo. Os muçulmanos acreditam que ela concebeu pelo comando de Deus. Isso ocorreu quando ela estava noiva de José e aguardava o rito do casamento, que tornaria a união formal. Ela se casou com José e o acompanhou a Belém, onde Jesus nasceu. De acordo com o costume judaico, o noivado teria ocorrido quando ela tinha cerca de 12 anos, o nascimento de Jesus aconteceu cerca de um ano depois.
O Novo Testamento começa o seu relato da vida de Maria com a anunciação, quando o anjo Gabriel apareceu a ela anunciando que Deus a escolheu para ser a mãe de Jesus. A tradição da Igreja e os escritos apócrifos afirmam que os pais de Maria eram um casal de idosos, São Joaquim e Santa Ana. A Bíblia registra o papel de Maria em eventos importantes da vida de Jesus, desde o seu nascimento até a sua ascensão. Escritos apócrifos falam de sua morte e posterior assunção ao céu. Os cristãos da Igreja Católica, da Igreja Ortodoxa, da Igreja Ortodoxa Oriental, da Igreja Anglicana e da Igreja Luterana acreditam que Maria, como mãe de Jesus, é a Mãe de Deus, literalmente Portadora de Deus. Maria foi venerada desde o início do cristianismo. Ao longo dos séculos ela tem sido um dos assuntos favoritos da arte, da música e da literatura cristã.
Há uma diversidade significativa nas crenças e práticas devocionais marianas entre as grandes tradições cristãs. A Igreja Católica tem uma série de dogmas marianos, como a Imaculada Conceição de Maria e Assunção de Maria. Os católicos referem-se a ela como Nossa Senhora e a veneram como a Rainha do Céu e Mãe da Igreja, baseados no fato dela ter sido a mãe de Jesus que, segundo os Dogmas do Cristianismo, é Deus. Contudo, outros grupos que acreditam na divindade de Cristo, como a maioria dos protestantes, não compartilhem dessas crenças, atribuindo a ela um papel mínimo dentro do cristianismo por conta das poucas referências bíblicas sobre sua vida.
No Novo Testamento relata sua humildade e obediência à mensagem de Deus e faz dela um exemplo para cristãos de todas as idades. Fora das informações fornecidas no Novo Testamento pelos Evangelhos sobre a dama da Galileia, a devoção cristã e a teologia construíram uma imagem de Maria, que cumpre a previsão atribuída a ela no Magnificat: “Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada.” (Lucas 1,48)
Aula I
FAMÍLIA E INFÂNCIA
Segundo uma tradição católica estima-se que a Virgem teria nascido a 8 de setembro, num sábado, data em que a Igreja festeja a sua Natividade. Também é da tradição pertencer à descendência de Davi - neste sentido existem relatos de Inácio de Antioquia, Santo Irineu, São Justino e de Tertuliano - consta ainda dos Evangelhos Apócrifos, Evangelho do Nascimento de Maria e do Protoevangelho de Tiago. É também uma antiga tradição que remonta ao século II, que seu pai seria São Joaquim, descendente de David, e que sua mãe seria Sant'Ana, da descendência do sacerdote Aarão.
Alguns autores afirmam que Maria era filha de Eli, mas a genealogia fornecida por Lucas alista o marido de Maria, São José, como "filho de Eli". A Cyclopædia de M'Clintock e Strong diz:
“ | É bem conhecido que os judeus, ao elaborarem suas tabelas genealógicas, levavam em conta apenas os varões, rejeitando o nome da filha quando o sangue do avô era transmitido ao neto por uma filha, e contando o marido desta filha em lugar do filho do avô materno. (Números 26,33). |
”
|
Possivelmente por este motivo Lucas diz que José era filho de Eli (Lucas 3,23).
Pelo texto Caverna dos Tesouros, atribuído a Efrém da Síria, Ana (Hannâ ou Dînâ) era filha de Pâkôdh e seu marido se chamava Yônâkhîr.. Yônâkhîr e Jacó eram filhos de Matã e Sabhrath. Jacó foi o pai de José, desta forma, José e Maria eram primos. Maria nasceu sessenta anos depois que seu pai, São Joaquim, tomou Santa Ana por esposa.
De acordo com o costume judaico aos três anos, Maria teria sido apresentada no Templo de Jerusalém, é também da tradição que ali teria permanecido até os doze anos no serviço do Senhor, quando então teria morrido seu pai, São Joaquim.
Com a morte do pai teria se transferido para Nazaré, onde São José morava. Três anos depois realizar-se-iam os esponsais. Os padres bolandistas, que dirigiram a publicação da Acta Sanctorum de 1643 a 1794, supõem em seus estudos que São Joaquim era irmão de São José, o que caracterizaria um caso de endogamia, o que era comum entre os judeus.
Palavras de Maria
Nos Evangelhos Maria faz uso da palavra por sete vezes, três delas dirigidas ao Anjo da Anunciação, o Magnificat em resposta a Isabel, duas dirigidas ao seu Filho e uma só e última vez dirigida aos homens (aos servos das bodas de Caná) que a Igreja Católica conserva com todo o valor de um testamento:
- Na Anunciação:
- Como poderá ser isto, se não conheço varão? (Lucas 1,34).
- "Eis aqui a serva do senhor, faça-se em mim, segundo a Tua palavra (Lucas 1,38)
- Na Visitação (o Magnificat):
- "A minha alma engrandece o Senhor." (Lucas 1,46-55)
- Jesus entre os doutores:
- "Filho, porque fizeste isto conosco? eis que teu pai e eu te procurávamos angustiados." (Lucas 2,48).
- Bodas de Caná:
- "Não têm mais vinho"... (João 2:3).
- "Fazei tudo o que Ele vos disser" (João 2,5).
Palavras dirigidas a Maria
Nos Evangelhos por oito vezes a palavra é dirigida a Maria:
- Na Anunciação:
- A saudação do anjo: Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo. (Lucas 1,28).
- O anúncio da Encarnação: Eis que conceberás no teu seio e darás à luz um filho a quem porás o nome de Jesus. (Lucas 1,30-33).
- Por obra e graça do Espírito Santo: O Espírito Santo descerá sobre ti e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o que nascer será chamado Santo, Filho de Deus. (Lucas 1,35-37).
- A Profecia de Simeão:
- Simeão Lhe fala da espada que trespassará o coração: ...e uma espada trespassará a tua própria alma a fim de que se descubram os pensamentos de muitos corações. (Lucas 2,34).
- Na Visitação:
- Isabel ao responder à sua saudação: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! (Lucas 1,42-45).
- Jesus entre os doutores:
- O menino Jesus a responde no templo: Por que me buscáveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?(Lucas 2,49)
- Nas Bodas de Caná:
- Cristo:Respondeu-lhe Jesus: Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou. (João 2,4)
- Stabat Mater:
- Por Cristo na Cruz: Jesus, vendo a sua Mãe e, junto d'Ela, o discípulo que amava, disse à sua Mãe: "Mulher, eis aí o teu filho." Depois disse ao discípulo: "Eis aí a tua Mãe." E daquela hora em diante o discípulo a levou para sua casa. (João 19,26-27).
Aula II
DEVOÇÃO CRISTÃ
2ª a 5º Século
A devoção cristã a Maria mostra claros sinais no início do século II e antecede o surgimento de um sistema específico litúrgico mariano no século V, após o Primeiro Concílio de Éfeso em 431. O próprio conselho foi realizado em uma igreja que havia sido dedicada a Maria cerca de cem anos antes. No Egito, a veneração a Maria tinha começado no século III e o termo Theotokos (em português, Teótoco) foi usado por Orígenes, o pai da Igreja de Alexandria.
A mais antiga oração mariana que se conhece (o sub tuum praesidium, ou sob vossa proteção) é do início do 2° século e seu texto foi redescoberto em 1917 em um papiro no Egito. Após o Édito de Milão em 313, imagens artísticas de Maria começaram a aparecer em maior número em grandes igrejas estavam sendo dedicadas a ela, como por exemplo, a Basílica de Santa Maria Maior, em Roma.
Idade Média
Durante a Idade Média muitas lendas surgiram sobre Maria, sobre seus pais e até mesmo avós.
A popularidade da Virgem aumentou drasticamente a partir do século XII. O motivo deste aumento de popularidade estava relacionado à designação do Vaticano de Maria como medianeira das graças.
Após a Reforma
Ao longo dos séculos, a devoção a Maria tem variado entre as tradições cristãs. Por exemplo, enquanto os protestantes dão pouca atenção aos hinos e orações marianas, os ortodoxos veneram a mãe de Jesus e a consideram "mais ilustre do que os Querubins e mais gloriosa que os Serafins."
O teólogo ortodoxo Sergei Bulgakov escreveu: "O amor e a veneração a Virgem Maria é a alma da devoção ortodoxa. A fé em Cristo, que não inclui sua mãe, é uma outra fé."
Embora os católicos honrem e venerem Maria, não a vêem como divina e muito menos a adoram. Os católicos creem que Maria é subordinada a Cristo, mas ainda assim, ela está acima de todas as outras criaturas. Da mesma forma, o teólogo Sergei Bulgakov escreveu que, embora a Igreja Ortodoxa acredite em Maria como superiora a todos os seres criados e incessantemente ore por sua intercessão, ela não é considerada uma "substituta do único mediador", que é Cristo. Também escreve "Que Maria seja honrada, mas a adoração deve ser dada ao Senhor".
Os católicos utilizam o termo hiperdulia para definir a veneração a Maria, ao invés de latria, que se aplica exclusivamente a Deus e dulia, que se aplica aos outros santos e santas. A definição da hierarquia de culto em três níveis, latria, hiperdulia e dulia, remonta ao Segundo Concílio de Niceia, em 787.
As devoções a representações artísticas de Maria variam entre as tradições cristãs. Existe uma longa tradição da arte mariana católica romana e nenhuma imagem permeia essa arte como a Virgem com o Menino Jesus. O ícone da Virgem é, sem dúvida, o ícone mais venerado entre os ortodoxos.Tanto católicos romanos quanto ortodoxos veneram as imagens e ícones de Maria, dado que o Segundo Concílio de Niceia, em 787, permitiu essa veneração dos católicos com o entendimento de que aqueles que veneram a imagem estão venerando na realidade a pessoa que ela representa, e o Sínodo de Constantinopla em 842, re-estabeleceu a veneração no oriente depois da controvérsia iconoclasta, que varreu o Império Bizantino nos séculos VIII e IX. Os ortodoxos, no entanto, apenas oram e veneram imagens bidimensionais e não estátuas tridimensionais.
A posição anglicana em relação a Maria é mais conciliadora do que os protestantes em geral e em um livro sobre a oração com os ícones de Maria escrito por Rowan Williams, Arcebispo de Cantuária, ele diz: "Não se trata apenas de não podermos compreender Maria sem vê-la fazendo referência a Cristo; não podemos entender a Cristo sem dar atenção a Maria."[45]
Títulos
Títulos para homenagear Maria ou para pedir a sua intercessão por determinadas causas são usados por algumas tradições cristãs (tais como a Igreja Ortodoxa e a Igreja Católica) e por outras não (por exemplo, o Protestantismo). Os títulos mais conhecidos são Maria, Mãe de Deus (Theotokos), Santíssima Virgem Maria, Nossa Senhora e Rainha do Céu (Regina Caeli).
Títulos específicos variam entre os pontos de vista ecumênicos, católicos, ortodoxos, anglicanos, luteranos, protestantes, islâmicos e mórmons.
Maria é chamada de Theotokos pela Igreja Ortodoxa, Igreja Ortodoxa Oriental, Igreja Luterana, Igreja Anglicana e Igreja Católica, um título reconhecido no Terceiro Concílio Ecumênico (realizada em Éfeso, para abordar os ensinamentos de Nestório, em 431). Theotokos (e seu equivalente em latim, Deipara e Dei genetrix) significa literalmente "portadora de Deus". A frase equivalente "Mater Dei" (Mãe de Deus) é mais comum na América e na Igreja Católica de Rito Latino. O Concílio declarou que os pais da Igreja "não hesitaram em falar da Santa Virgem como Mãe de Deus".
Alguns títulos possuem base bíblica, como por exemplo, Mãe Rainha, título dado a Maria por ela ser a mãe de Jesus, que por vezes é chamado de "Rei dos Reis" devido à sua linhagem que remonta ao rei Davi. A base bíblica para a o termo rainha pode ser vista em Lucas 1:32 e no livro do profeta Isaías 9:6, e Mãe Rainha a partir de 1 Reis 2:19 ao 20 e Jeremias 13:18 ao 19. Outros títulos surgiram a partir de milagres relatados, aparições ou ocasiões especiais, como por exemplo, Nossa Senhora do Bom Conselho, Nossa Senhora dos Navegantes ou Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
Os três principais títulos de Maria usados pelos ortodoxos são Theotokos ou Mãe de Deus,Sempre Virgem, como confirmado no Quinto Concílio Ecumênico em 553, e Panagia ou toda santa. Um grande número de títulos são dados a Maria pelos católicos, e estes títulos têm, por sua vez, dado origem a muitas representações artísticas, por exemplo o título de Nossa Senhora das Dores, que resultou em obras-primas como Pietà de Michelangelo.
AS FESTAS MARIANAS
As primeiras festas relacionadas a Maria cresceram fora do ciclo de festas que celebravam a natividade de Jesus. Segundo o Evangelho de Lucas (Lucas 2:22 ao 40), quarenta dias após o nascimento de Jesus, juntamente com a apresentação de Jesus no templo, Maria foi purificada de acordo com os costumes judaicos, a Festa da Purificação começou a ser celebrada por volta do século V e se tornou a Festa de Simeão em Bizâncio.
Nos séculos VII e VIII, quatro festas marianas foram criadas na Igreja Oriental. Na Igreja Católica de Rito Latino uma festa dedicada a Maria, pouco antes do Natal, foi comemorada nas Igrejas de Milão e Ravena, na Itália, no século VII. As quatro festas marianas da Purificação, Anunciação, Assunção e Natividade de Maria foram gradativamente e esporadicamente, introduzidas na Inglaterra no século XI.
Com o tempo, o número e a natureza das festas (e dos títulos associados a Maria) e as práticas venerativas que as acompanham têm variado muito entre as diversas tradições cristãs. De um modo geral, são significativamente mais títulos, festas e práticas venerativas marianas entre os católicos do que quaisquer outras tradições. Algumas festas fazem referência a eventos específicos, por exemplo, a festa de Nossa Senhora da Vitória foi baseada na vitória em 1571 dos Estados Papais na Batalha de Lepanto.
A diferenças nas festas também podem se originar a partir de questões doutrinárias – a Assunção de Maria e a Dormição de Maria são um exemplo, dado que não há um acordo entre todos os cristãos sobre as circunstâncias do fim da mãe de Jesus. Enquanto a Igreja Católica celebra a festa da Assunção em 15 de Agosto, alguns católicos orientais celebram a Dormição da Theotokos em 28 de Agosto, se eles seguirem o calendário juliano. A Igreja Ortodoxa também celebra a Dormição da Theotokos, uma de suas doze grandes festas. Os protestantes não celebram estas ou quaisquer outras festas marianas.
As sete dores de Maria
Sete dores de Maria
A historiografia católica de Maria colhe uma tradição que venera as suas sete dores como são sete momentos da sua vida em que passou por sofrimento um notável:
- Primeira dor: a profecia de Simeão.
- Segunda dor: a fuga para o Egipto.
- Terceira dor: Jesus perdido no Templo.
- Quarta dor: Maria encontra o seu Filho com a cruz a caminho do Calvário.
- Quinta dor: Jesus morre na Cruz.
- Sexta dor: Jesus é descido da Cruz e entregue a sua Mãe.
- Sétima dor: o corpo de Jesus é sepultado.
Aula III
Doutrinas marianas
Há uma diversidade entre as doutrinas marianas nas igrejas cristãs, as principais delas podem ser descritas resumidamente da seguinte forma:
- Mãe de Deus: afirma que Maria, por ser a mãe de Jesus é, portanto, a mãe de Deus.
- Nascimento virginal de Jesus: afirma que Maria concebeu Jesus milagrosamente pela ação do Espírito Santo, permanecendo virgem após o parto.
- Dormição: afirma que Maria entrou em sono profundo, antes de sua morte natural.
- Assunção: afirma que Maria foi levada de corpo e alma para o céu.
- Imaculada Conceição: afirma que Maria foi concebida sem pecado original.
- Perpétua Virgindade: afirma que Maria permaneceu virgem durante toda a sua vida.
Perspectivas cristãs
As perspectivas cristãs marianas incluem uma grande variedade de opiniões. Enquanto alguns cristãos, como os católicos romanos e ortodoxos orientais, têm bem estabelecido tradições marianas, protestantes em geral dão pouca atenção para esse tema. A Igreja Católica Romana, a Igreja Ortodoxa Oriental, a Igreja Anglicana e a Igreja Luterana veneram a Virgem Maria, cada uma a seu modo.
A veneração pode assumir a forma de oração, pedindo a intercessão dela juntamente com o seu Filho, Jesus Cristo, e também de composições de poemas e canções, pinturas e esculturas, títulos em sua homenagem, revelando uma posição de destaque em relação aos demais santos e santas.
Na Igreja Católica Romana, Maria é reconhecida pelo título de bem-aventurada, em reconhecimento a sua assunção ao céu e a sua capacidade de interceder em favor daqueles que recorrem a ela por meio de orações e práticas devocionais. Os ensinamentos católicos deixam claro que Maria não é considerada divina e orações a ela dirigidas não são respondidas por ela, mas por Deus. Os cinco dogmas católicos em relação a Maria são: Mãe de Deus, Nascimento virginal de Jesus, Perpétua Virgindade de Maria, Imaculada Conceição e Assunção de Maria.
Mais do que em qualquer outro grupo cristão, a Santíssima Virgem ocupa um lugar destacado entre os católicos, que além de possuírem doutrinas e ensinamentos teológicos relacionados a Maria, também celebram as festas em honra aos seus títulos, cantam hinos, rezam uma variedade de orações e peregrinam a templos marianos. O Catecismo da Igreja Católica diz que "A devoção da Igreja à Santíssima Virgem é intrínseca ao culto cristão".
Os católicos romanos têm realizado atos de consagração a Maria em diferentes níveis, seja pessoal, social ou regional. Ensinamentos católicos afirmam que a consagração a Maria não diminui ou substitui o amor por Deus, muito pelo contrário, o reforça, portanto, todas as consagrações são de certa forma feitas a Deus.
O crescimento da devoção mariana no século XVI, inspirou santos católicos a escreverem livros como Glórias de Maria (de Afonso de Ligório) e Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria (de Louis-Marie Grignion), que enfatizam a veneração mariana e ensinam que "o caminho para Jesus é por intermédio de Maria". Devoções marianas são, às vezes, ligadas à devoção cristocêntrica, como por exemplo, a Aliança dos Corações de Jesus e Maria.
As principais devoções a Maria incluem as Sete Dores de Maria, o Santo Rosário e o Escapulário, e as principais orações são Ave Maria, Angelus, Salve Rainha, Lembrai-vos e oMagnificat. Os meses de Maio e Outubro são meses tradicionalmente marianos para os católicos romanos. Em Outubro, o rosário diário é incentivado e em Maio, práticas devocionais tem o seu ápice em muitas regiões.
Papas emitiram uma série de encíclicas e cartas apostólicas marianas para incentivar a devoção e veneração a Virgem Maria, como por exemplo, Redentoris Mater de João Paulo II, onde ele começou com a frase "A Mãe do Redentor tem um lugar bem preciso no plano da salvação",enfatizando a participação de Maria no processo de salvação e redenção.
Católicos colocam grande ênfase sobre o papel de Maria como protetora e intercessora, o Catecismo da Igreja Católica se refere a Maria como "Mãe de Deus cuja proteção é fiel em todos os perigos e necessidades".
O catecismo católico ensina que na descendência de Eva, Deus escolhe a Virgem Maria para ser a mãe de seu Filho. “Cheia de graça”, ela e "o fruto mais excelente da Redenção" Desde o primeiro instante de sua concepção, foi totalmente preservada da mancha do pecado original e permaneceu pura de todo pecado pessoal ao longo de toda sua vida.
Maria é verdadeiramente "Mãe de Deus", vista ser a Mãe do Filho Eterno de Deus feito homem, que e ele mesmo Deus. Maria “permanece Virgem concebendo seu Filho Vigem ao da-lo a luz Virgem ao alimentá-lo no seu seio, Virgem sempre”. Com todo o seu ser, foi a Serva do Senhor (Lc 1:38). Assim, Maria cooperou em toda a sua existência para a Salvação humana, por livre fé e obediência. Com esse argumento, o Catolicismo Romano a considera por sua obediência, a nova Eva e mediadora das graças concedidas à humanidade.
No século XX, João Paulo II e o cardeal Joseph Ratzinger enfatizaram o foco mariano na Igreja. O cardeal Ratzinger, futuro Papa Bento XVI sugeriu um redirecionamento de toda a Igreja ao programa do Papa João Paulo II para assegurar uma abordagem autêntica à cristologia através de um retorno à "verdade sobre Maria", escreveu:
É necessário voltar-se a Maria se quisermos retornar à verdade sobre Jesus Cristo, a verdade sobre a Igreja e a verdade sobre o homem. ’’
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Existe a aceitação de Nossa Senhora da parte de outras religiões como no Luteranismo, Metodismo, Judaismo e Islamismo. E tem a não a ceitação da parte de outras religiões como o Protestantismo.
Enfim, finalizamos este Curso com a Seguinte frase:
“Negar que Maria é mãe de Deus,
é negar que cristo é a segunda pessoa da trindade santa, é negar a divindade de CRISTO JESUS, é negar que JESUS CRISTO é o Senhor, e nosso DEUS.” |
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